sexta-feira, 12 de junho de 2009

memorial de leitura

MEMORIAL DE LEITURA


Não me é possível precisar quando se deu um primeiro contato com os livros, pois nasci entre eles: meu pai é leitor iverterado e minha mãe, professora.
Descobriram que eu sabia ler aos três anos de idade. Uma criança que sabia ler aos três anos despertou comoção na cidade. Até o prefeito foi constatar o fenômeno!
Na verdade nunca entendi como se deu meu aprendizado. Não lembro de te juntado as letras para formar palavras. Simplesmente as reconheci quando me deparei com elas. O caso é que nunca mais parei de ler. Ia muito além dos livros recomendados pelas professoras, freqüentadora assídua de bibliotecas que era. Mesmo quando morava longe delas, bem no interior, meu pai sempre dava um jeito de termos livros, geralmente comprados em sebos ou emprestados.
Uma das leituras que mais me marcou foi a de um livro de “gente grande” que meu pai trouxe e me proibiu de ler. É claro que quando meu pai saía eu o lia escondido, com o coração aos sobressaltos e os ouvidos atentos para os passos de meu pai. O livro era O DECAMERÃO, clássico medieval com o qual fui me deparar muitos anos depois, no curso de graduação. E eu tinha apenas nove anos quando o li! Gostei muito das histórias, lembro delas até hoje.
Apesar da minha precocidade e maturidade literária, nunca deixei de apreciar os livros infantis. Clássicos como SOPRINHO, de .. gosto de ler até hoje. Já os livros da coleção Vagalume, nunca fizeram meu gênero. Preferia os clássicos da literatura brasileira e universal : Senhora,
Ivanhoé, Helena, Capitães da Areia, Bangüê, entre tantos outros.
Quando ingressei no segundo grau (atual ensino médio) tive a sorte de ter como professor de literatura um ser excepcional, apaixonado por essa disciplina e que por isso mesmo contagiava todos os seus alunos. Suas leituras dramatizadas e interpretações teatrais dos clássicos da literatura, conquistavam-nos inevitavelmente. Mais de um aluno chorou ao ouvir sua interpretação de I- Juca - Pirama, o índio prisioneiro, de José de Alencar.
Já na faculdade, conheci o outro lado da leitura, que até então era, para mim um ato de pura fruição, sem maiores implicações: As teorias acerca da leitura. Foi interessante conhecer o que há por trás de um texto: intenções, ideologias, aspectos implícitos e explícitos, entre outros.
Mas nada supera o prazer de ler por ler, somente pelo aspecto lúdico; ler com a inocência de uma criança, que não se preocupa com teorias, que se surpreende, se encanta, se diverte com a leitura. Ler por simples prazer de ler. Apenas LER!

Um comentário:

  1. Olá Ivone, seu blog não constava na lista do Blog coletivo, mas já o coloquei lá e vou acompanhar com frequência. Grande abraço
    Aya

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